Se você não acredita no título desta matéria, precisa visitar Salvador para ver uma das atrações culturais de maior impacto dos últimos tempos. O Museu Rodin Bahia exibe 62 peças em gesso daquele que é considerado o pai da escultura contemporânea, no Palacete das Artes, no bairro da Graça. O governo local investiu R$ 1,5 milhão na montagem da exposição e mais R$ 15 milhões na recuperação do palacete, que ganhou um anexo para mostras temporárias. As obras foram emprestadas pelo Museu Rodin de Paris por três anos. Nunca as peças do escultor ficaram tanto tempo fora da França.
Outra exposição que agitou o cenário cultural baiano foi a de Sophie Calle (encerrada no domingo), também nascida na França, que transformou em arte um “fora” recebido por e-mail do antigo amante, o escritor Grégoire Bouillier. Sophie convidou 107 mulheres a interpretar as palavras do moço, o que resultou em textos, fotos e vídeos instigantes.
O turismo cultural da capital baiana vive um momento especial. Não bastassem as duas mostras de peso, devem ficar prontas no começo do próximo mês as reformas da Igreja do Boqueirão, no bairro Santo Antônio Além do Carmo. Com mais de 300 igrejas e 89 museus, sem falar na riqueza histórica do Pelourinho – com suas 800 casas dos séculos 17 e 18 –, a cidade tem também um riquíssimo patrimônio imaterial, representado pelas diversas manifestações artísticas e religiosas e, claro, pelo Carnaval. Além de sol e praia, existe muito para ver e viver em Salvador. E, agora, com Rodin, há um motivo a mais para visitá-la. A exposição Auguste Rodin, homem e gênio está montada em salões com paredes ornamentadas por painéis pintados a mão no imponente e branco Palacete das Artes Rodin Bahia. A mansão, de 1912, pertenceu ao Comendador Bernardo Martins Catharino. Tem piso em madeira de lei, e o cuidado com a sua manutenção é tanto que os organizadores pedem às mulheres que calcem sapatos baixos.
Não é a primeira vez que obras do escultor são expostas no Brasil. Em Belo Horizonte, acaba de ser encerrada a mostra Rodin, que apresentou por dois meses, na Casa Fiat de Cultura, acervo de 194 fotografias que revelavam o processo criativo do artista. Elas não vieram sozinhas. Ao lado das imagens, 21 esculturas em bronze e uma de mármore materializavam o método descrito nas fotos.
O ineditismo da exposição tem a ver com a sua duração. As 62 peças em gesso avaliadas em R$ 26 milhões ficarão no Brasil por três anos. Num primeiro momento, havia um compromisso de compra da coleção, mas, depois chegou-se a um acordo para cessão em comodato (empréstimo).
Por: MARLYANA TAVARES
Diário de Minas
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